terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nada se Compara à Santa Missa


[Quaisquer] outras homenagens que Lhe possam prestar as criaturas, comparadas [à Santa Missa], essa humilhação de JESUS, desaparecem como as estrelas em presença do sol.

Conta-se de uma santa alma que, totalmente abrasada de amor a DEUS, traduzia em mil desejos o ardor de sua ternura: “Ah! meu DEUS, dizia ela, quisera ter tantos corações e tantas línguas como há de folhas nas árvores, de átomos no ar e de gotas d´água, para vos amar e louvar como mereceis. Oh! Se eu tivesse em meu poder todas as criaturas, quisera pô-las a vossos pés, a fim de que todas se consumissem de amor por Vós, contanto que eu vos amasse mais que todas juntas, mais que todos os Anjos, os Santos e todo o Paraíso!”

Certo dia em que tal desejo repetia com mais fervor do que nunca, ouviu o SENHOR responder-lhe: “Consola-te, minha filha, pois com uma só Missa que participas com devoção, dás-me toda esta glória que me desejas, e ainda mais infinitamente”.

Admirai-vos talvez esta afirmação? Não tendes motivo, pois visto nosso boníssimo JESUS ser não somente Homem, mas DEUS verdadeiro e Todo-Poderoso, quando Ele se aniquila sobre o altar, dá com este ato homenagem e adoração infinitas à SANTÍSSIMA TRINDADE. Deste modo que nós, que concorremos com Ele no oferecimento deste grande Sacrifício, damos também de nossa parte, a DEUS, [na Santa Missa], honra e homenagem INFINITAS.

(Excerto do livro “Excelências da Santa Missa”, escrito por São Leonardo de Porto Maurício)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Caminho da Santidade


Por: Anderson Maria

Se procurarmos coisas em comum entre todos os santos, encontraremos várias, mas essencialmente perceberemos cinco coisas em particular, todas movidas pelo amor: amor a Deus, amor à Eucaristia, amor a Igreja e ao Papa, amor pelas almas, amor por Maria. Todos os santos, desde São José, São Marcos, Santo Estevão, até Santo Agostinho, São Francisco, Santa Teresinha, São Padre Pio... Todos os santos tinham profundo amor por Deus, pela Eucaristia, pela Igreja e pelo Papa, pelas almas, e pela Virgem Maria. E era sempre um amor verdadeiro, que dá o próprio sangue se necessário para demonstrar esse amor, que combatia toda heresia dita contra qualquer um de seus amores, que propagava a fé a todo e qualquer custo.

Três frases podem resumir o caminho correto para a perfeição:

* Aquele que não sabe deve ter humildade suficiente para perguntar como se faz.
* Aquele que sabe deve ter humildade suficiente para ensinar quem não sabe.
* Para se ter humildade é preciso coragem.

Lições de ouro para nós cristãos! Os santos foram santos porque caminharam nas pegadas de outros santos. São Pio foi santo porque São Leonardo de Porto Maurício foi santo, porque Santo Antônio de Pádua foi santo, porque Santa Clara foi santa, porque São Francisco de Assis foi santo. Beato José de Anchieta viveu uma vida santa porque São Francisco Xavier foi santo, porque Santo Inácio de Loyola foi santo. Santa Teresinha foi santa porque São João da Cruz foi santo porque Santa Teresa d’Ávila foi santa. E todos foram santos porque Jesus é santo, santo, santo. Todos os santos tiveram humildade suficiente para perguntar a outros como esses fizeram para se chegar à santidade. Ninguém caminhou com a própria cabeça. Seja na própria congregação, ou com outros exemplos, sempre buscaram sabedoria no modo de viver de homens e mulheres que deram certo. Aquele que quis saber mais que os outros e viver com suas próprias ideias, o mais famoso, foi Lutero, e nós sabemos a confusão que ele causou. Sem perceber ou não, ele seguiu os passos de ninguém mais que Lúcifer, que quis viver de seu próprio jeito, e não como Deus queria. O nome disso é rebeldia.

O mundo tem pregado a modernidade, a originalidade, as novidades. São Paulo nos adverte: “Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (2 Tim 4, 3-4). E Santo Atanásio completa: “Ainda que os católicos fiéis à tradição se reduzam a um punhado, são eles a verdadeira Igreja de Jesus Cristo...”. Lutero foi rebelde. Lúcifer foi rebelde. O cristão deve ser católico, fiel à Tradição, ao Magistério e às Escrituras. Imitar os santos, sobretudo à Virgem Maria, à luz da tradição, é garantia plena de agradar a Deus, tal qual eles agradaram. Ânimo nos dá Santo Agostinho: “O que esses homens fizeram que nós também não podemos fazer?” Se eles conseguiram alcançar o céu, cabe a cada um que também deseja a Salvação tentar seguir os seus passos. Inventar novos caminhos é perigoso, pois sabe-se que “o demônio anda ao redor como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1 Pe 5, 8). Um passo em falso, e a derrota virá. Vencedores serão, porém, os que tiverem coragem de, com humildade, aprender dos santos o que se deve fazer, eles que buscavam imitar o próprio Cristo, ao entender tão bem o que Jesus disse: “Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas vidas” (Mateus 11, 29).

Ave Maria!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pureza e Modéstia na Missa Agrada a Deus


A bem-aventurada Ivete teve, certo dia, uma visão, que devia inspirar a essas pessoas o temor respeitoso devido à Santa Missa. Ao assistir à Santa Missa essa nobre flamenga viu um espetáculo terrível. Perto dela estava uma dama distinta, cujo olhar se fixava aparentemente no altar; mas não era para seguir o Santo Sacrifício, nem para adorar o Santíssimo Sacramento que ia receber, e sim, para satisfazer uma paixão impura. Em volta dela estavam um grande número de demônios que dançavam e se expandiam em demonstrações de regozijo. Quando ela se levantou para se dirigir à mesa sagrada, uns lhe seguraram a cauda do vestido, outro lhe ofereceu o braço enquanto outros lhe faziam cortejo e serviam-lhe como a sua senhora. No momento em que o sacerdote descia do altar com a Santa Hóstia na mão a fim de dar a comunhão àquela infeliz, pareceu a Ivete que o Salvador abandonava as santas espécies e volvia ao Céu, repugnando-Lhe entrar num coração assim rodeado de espíritos das trevas.

Aterrorizada por semelhante cena, a bem-aventurada Ivete dirigia humildes preces a Nosso Senhor. E Ele revelou-lhe a causa, fazendo-lhe ver que aquela mulher alimentava uma paixão desordenada por uma pessoa que se achava próxima do altar, e que durante toda a Santa Missa, ao invés de se ocupar dos Santos Mistérios, contemplava-a com olhares impuros, desejando antes lhe agradar que agradar a DEUS. Por isso rodeavam-na os demônios e faziam-lhe o cortejo.

Dir-me-eis que não sois do número dessas infelizes criaturas, e eu creio de boa vontade. Se, entretanto, ides à Igreja com certos trajes escandalosos, mereceis todas as censuras. Transformeis o templo sagrado em covil de ladrões, pois roubais a honra de DEUS, pelas distrações que provocais aos sacerdotes, aos ministros, a todo o povo.

(Excerto do livro “Excelências da Santa Missa”, escrito por São Leonardo de Porto Maurício)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Inferno Existe?


Por: Anderson Maria

O Filho do Homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes (Mt 13, 41-42).

Muitos dizem não acreditar no inferno, e isso é um erro terrível. Por não acreditar que o inferno existe ocorre o relaxamento na vida cristã, proporcionando a abertura para muitos pecados, pois, se não se acredita em punição para os erros, pode-se cometê-los à vontade.

Em quase todas as culturas da história humana (egípcia, persa, grega, judaica) se acreditava num lugar para punir os que viviam mal. Nada mais sensato, pois, se nada existisse, qual seria a diferença de se viver bem ou não? Que sentido teria ser humano dotado de razão, mas mergulhado nos instintos de forma mais absurda que qualquer animal irracional, sem consequência alguma? A vida humana não pode ser simplesmente um vagar nessa terra fazendo-se o que se quer, sem qualquer consequência. Isso não seria uma forma racional de viver. Crer num lugar de penas é algo muito lógico, portanto. Sim, o Inferno existe, e também o Cristianismo o prega. As primeiras palavras de Jesus no Evangelho de São Marcos consistiram num pedido para nos arrependermos, já indicando certa punição caso não déssemos ouvidos, e, se lermos os quatro Evangelhos, contaremos dezoito ocasiões em que Jesus nos alerta sobre o inferno.


Por que Jesus faz questão de falar tanto desse lugar de trevas, fogo, choro e ranger de dentes? É porque nos ama, e não quer o nosso mal. Pregar sobre o inferno é uma forma eficiente de convencer-nos a desejar não ir para lá. E pra isso só existe uma forma: a conversão. Os verdadeiros cristãos convertidos tem medo de ir para o inferno, e vivem buscando sempre o céu. Monsenhor de Ségur, padre católico, no século XIX dizia: “O maior pregador do céu é o inferno”, isso porque, acreditando no castigo eterno, fica lógico viver para alcançar as alegrias eternas do céu. Nisso consiste o Amor de Deus: enviou seu Filho Jesus, para que todos que creiam nEle não sejam condenados, mas tenham a Vida Eterna.

Porém, crer em Jesus não é apenas saber que Ele existe, mas aceitá-lo como Senhor e Salvador, buscar dia-a-dia conhecê-Lo mais e amá-Lo, e por amor a Ele imitar seus gestos de fé e caridade. Se não por puro amor a Deus, ao menos para não condenar-se ao fogo eterno. Trata-se de uma conversão imperfeita, mas não deixa de ser conversão.

Há quem exija provas para se acreditar em algo, como Tomé. Há quem diga: “Nunca ninguém voltou do outro mundo para termos a certeza de que existe céu ou inferno”. Para esses faço a pergunta: você realmente deseja que alguém volte do inferno, com a pele queimada, fedendo a enxofre, monstruosamente desfigurado pelas dores e tormentos, no meio da madrugada, sozinho em seu quarto, para só então você acreditar que tal lugar existe? Deus é todo-poderoso, e pode realizar esse desejo, se você quiser, mas acredito que não será uma experiência muito boa. Não é mais sensato crer na Palavra de Jesus, converter-se e eliminar a possibilidade de condenar-se? A escolha é de cada um.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conversão de Maria, a Pecadora, na Hora da Morte


Lê-se na vida de Irmã Catarina de Santo Agostinho que havia, no lugar em que morava esta serva de Deus, uma mulher chamada Maria. A infeliz levara uma vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal forma se obstinara na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cidade, e obrigada a viver numa gruta abandonada. Aí morreu finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém. Sepultaram-na no campo como um bruto qualquer. Irmã Catarina costumava recomendar a Deus com grande devoção as almas de todos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar por ela, pensando, como todos os outros, que já estivesse condenada.
Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia:

- Irmã Catarina, que triste sorte é a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todo os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão?
- Mas quem és tu? – disse a serva de Deus.
- Eu sou, - respondeu ela, – aquela pobre Maria, que morreu na gruta.
- E como te salvaste? – replicou Irmã Catarina.
- Sim, eu me salvei por misericórdia da Virgem Maria.
- E como?

- Quando eu me vi próxima à morte, estando juntamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: Senhora, vós sois o refúgio dos desamparados. Aqui estou neste estado abandonada por todos. Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer: tende piedade de mim. Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de ser abreviada minha pena por sofrimentos mais intensos, porém menos demorados. Só necessito de algumas Missas para me livrar mais depressa do purgatório. Rogo-te que as faças celebrar. Em troca prometo-te pedir sempre a Deus e à Santíssima Virgem por ti.

Irmã Catarina logo fez celebrar as Missas. Depois de poucos dias lhe tornou a aparecer aquela alma mais resplandecente do que o Sol e lhe disse:
- Agora vou para o Paraíso cantar as misericórdias do Senhor e rogar por ti.

(Excerto do livro “Glórias de Maria”, de Santo Afonso de Ligório)