A
bem-aventurada Ivete teve, certo dia, uma visão, que devia inspirar a essas
pessoas o temor respeitoso devido à Santa Missa. Ao assistir à Santa Missa essa nobre flamenga viu um espetáculo terrível. Perto dela estava uma dama
distinta, cujo olhar se fixava aparentemente no altar; mas não era para seguir
o Santo Sacrifício, nem para adorar o Santíssimo Sacramento que ia receber, e
sim, para satisfazer uma paixão impura. Em volta dela estavam um grande número
de demônios que dançavam e se expandiam em demonstrações de regozijo. Quando
ela se levantou para se dirigir à mesa sagrada, uns lhe seguraram a cauda do vestido,
outro lhe ofereceu o braço enquanto outros lhe faziam cortejo e serviam-lhe
como a sua senhora. No momento em que o sacerdote descia do altar com a Santa Hóstia
na mão a fim de dar a comunhão àquela infeliz, pareceu a Ivete que o Salvador
abandonava as santas espécies e volvia ao Céu, repugnando-Lhe entrar num coração
assim rodeado de espíritos das trevas.
Aterrorizada
por semelhante cena, a bem-aventurada Ivete dirigia humildes preces a Nosso
Senhor. E Ele revelou-lhe a causa, fazendo-lhe ver que aquela mulher alimentava
uma paixão desordenada por uma pessoa que se achava próxima do altar, e que
durante toda a Santa Missa, ao invés de se ocupar dos Santos Mistérios,
contemplava-a com olhares impuros, desejando antes lhe agradar que agradar a DEUS.
Por isso rodeavam-na os demônios e faziam-lhe o cortejo.
Dir-me-eis
que não sois do número dessas infelizes criaturas, e eu creio de boa vontade.
Se, entretanto, ides à Igreja com certos trajes escandalosos, mereceis todas as
censuras. Transformeis o templo sagrado em covil de ladrões, pois roubais a honra de DEUS, pelas distrações que provocais aos sacerdotes, aos ministros, a
todo o povo.
(Excerto do livro “Excelências da Santa Missa”, escrito por São Leonardo de Porto
Maurício)
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