terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conversão de Maria, a Pecadora, na Hora da Morte


Lê-se na vida de Irmã Catarina de Santo Agostinho que havia, no lugar em que morava esta serva de Deus, uma mulher chamada Maria. A infeliz levara uma vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal forma se obstinara na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cidade, e obrigada a viver numa gruta abandonada. Aí morreu finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém. Sepultaram-na no campo como um bruto qualquer. Irmã Catarina costumava recomendar a Deus com grande devoção as almas de todos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar por ela, pensando, como todos os outros, que já estivesse condenada.
Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia:

- Irmã Catarina, que triste sorte é a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todo os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão?
- Mas quem és tu? – disse a serva de Deus.
- Eu sou, - respondeu ela, – aquela pobre Maria, que morreu na gruta.
- E como te salvaste? – replicou Irmã Catarina.
- Sim, eu me salvei por misericórdia da Virgem Maria.
- E como?

- Quando eu me vi próxima à morte, estando juntamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: Senhora, vós sois o refúgio dos desamparados. Aqui estou neste estado abandonada por todos. Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer: tende piedade de mim. Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de ser abreviada minha pena por sofrimentos mais intensos, porém menos demorados. Só necessito de algumas Missas para me livrar mais depressa do purgatório. Rogo-te que as faças celebrar. Em troca prometo-te pedir sempre a Deus e à Santíssima Virgem por ti.

Irmã Catarina logo fez celebrar as Missas. Depois de poucos dias lhe tornou a aparecer aquela alma mais resplandecente do que o Sol e lhe disse:
- Agora vou para o Paraíso cantar as misericórdias do Senhor e rogar por ti.

(Excerto do livro “Glórias de Maria”, de Santo Afonso de Ligório)


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